A partir de 11 de maio, a França inicia um processo de saída do regime de confinamento preventivo imposto no país para lutar contra a pandemia de Covid-19. Além da retomada de parte do comércio, o governo anunciou a reabertura das creches e a volta às aulas nas escolas até o ensino médio.
No entanto,o assunto divide a população. A volta às aulas será feita de forma gradual: uma parte dos estudantes retorna às escolas no dia 11 e os demais nos dias 18 e 25 de maio. Já os alunos do ensino superior vão ter que esperar mais tempo, pois o calendário de retomada do programa presencial nas universidades ainda não foi definido. A hipótese mais provável é que o universitários continuem acompanhando suas aulas à distância até o final do ano letivo, em julho, e retornem para as salas de aula apenas em setembro, quando acontece a volta às aulas na França. Mas esse calendário não agrada à todos. Segundo pesquisa realizada pelo instituto Odoxa-Dentsu Consulting 64% dos franceses se opõem à reabertura das escolas em maio. Além disso, 60% consideram que a decisão foi tomada pelo governo apenas por razões econômicas, para que os pais possam voltar ao trabalho, enquanto 63% já avisaram que não pretendem enviar seus filhos para as sala de aula a partir de 11 de maio. O ministro francês da Educação tenta tranquilizar a população, e insiste que a volta às salas de aula será feita de forma voluntária, deixando a possibilidade para aqueles que quiserem de manter seus filhos em casa por mais tempo, acompanhando as aulas a distância, como vem sendo feito até agora. Além disso, o governo está preparando um dispositivo especial para esse retorno gradual, com a possibilidade de dividir as classes em dois grupos, de cerca de 15 pessoas cada um, afim possibilitar que os alunos mantenham o distanciamento social. No entanto, o ensino na França quase sempre é feito em período integral. E nada foi dito até agora sobre os intervalos das aulas ou o horário do almoço, quando todos os alunos se reúnem nas cantinas das escolas. Alguns pais reconhecem o risco, já que o número de novas contaminações pela Covid-19 continua crescendo, com mais de 21 mil vítimas fatais no país. A França registra o quarto maior balanço de mortos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, da Itália e da Espanha. Mesmo assim, muitos preferem enviar seus filhos para a escola a partir de maio. O governo ainda não divulgou as medidas concretas que serão tomadas para a reabertura das escolas. Nesta sexta-feira (24), o ministro da Saúde, Olivier Véran, disse que impor o uso de máscaras para as crianças seria “muito complicado”. No entanto, ele não descarta que todos os professores sejam obrigados a usar o acessório de proteção. O único problema é que até agora a França ainda luta contra a escassez de máscaras cirúrgicas, reservadas por enquanto aos profissionais da saúde. O governo prometeu que a situação deve mudar a partir da próxima semana.
Fonte:G1
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