A insegurança e o medo provocados pela disseminação em massa de notícias falsas ajudam a explicar a baixa adesão à vacinação infantil em Minas. Após mais de uma semana desde o início da campanha, nem metade do público-alvo já convocado compareceu aos locais de imunização em cidades da Grande BH.
Em Belo Horizonte, repescagens têm ocorrido nos últimos dias e novos chamados estão previstos até 4 de fevereiro na tentativa de aumentar a cobertura. Na capital, das 26,5 mil crianças convocadas, apenas 12,4 mil receberam a injeção. A prefeitura até adiou a volta às aulas de estudantes de 5 a 11 anos.
A situação se repete em Nova Lima e em Sabará, na região metropolitana, com 38% e 50% de adesão. No restante do Estado, mesmo sem os números consolidados, o secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, garante que a procura tem sido pequena. Com expectativa de ter doses suficientes para imunizar mais de 1,8 milhão de meninos e meninas, a meta é aplicar ao menos a primeira dose em fevereiro.
“Isso só vai acontecer se os pais e responsáveis entenderem que a vacina é segura e a única saída que nós temos para a pandemia”, afirmou. Segundo o gestor, o maior problema é o medo dos pais. “Muitas fake news foram divulgadas, e é importante dizer que as vacinas de RNA, como a da Pfizer, não vão mudar o DNA das pessoas, e a CoronaVac tem a mesma tecnologia que as vacinas que todo ano as crianças tomam”.
Infectologista do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Ibirité, na Grande BH, Leandro Curi questiona os pais. “Qual o conhecimento técnico para refutar a segurança da vacina que os órgãos e os profissionais da área insistem em falar que funcionam, que são eficazes e seguras?”, disse.
O governador Romeu Zema também criticou os adultos que não levam os filhos. “O que tem faltado é responsabilidade. Lembro que quem não é responsável acaba afetando a vida dos outros, expondo os outros desnecessariamente ao risco”, disse.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) garantiu que acompanha os municípios diretamente em suas principais dificuldades através do Grupos de Análise e Monitoramento da Vacinação (Gamov), apoiando as ações e discutindo de forma conjunta as melhores estratégias para alcance das coberturas vacinais.
Fonte: Hoje em dia/ IstoÉ Dinheiro
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