Quando uma vacina segura e eficaz contra a covid-19 estiver disponível à população, é provável que apenas os adultos sejam imunizados primeiro. As crianças, grupo de menor risco para o novo coronavírus, entraram há pouco tempo em testes clínicos pontuais — dos quatro autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, apenas um engloba pessoas a partir de 16 anos. Por isso, especialistas afirmam que poderá levar meses para que crianças e adolescentes sejam vacinados.
Pensar em uma vacina para esse público exige certo cuidado, porque crianças não são simplesmente adultos em miniatura. Elas podem ter resposta imunológica diferente dos mais velhos e precisar de doses diferentes também. Especialistas afirmam que, no caso do imunizante contra a covid-19, os dados epidemiológicos e os primeiros achados sobre os impactos da doença nortearam as pesquisas. Desse modo, o foco está nos grupos com mais risco de complicações, situação que não contempla as crianças.
Isso não quer dizer, porém, que os estudos com crianças não devam ser realizados. Para Renato Kfouri, presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a imunização das crianças pode demorar. “As crianças não serão prioridade porque não adoecem com mais gravidade do que outros grupos e não transmitem com mais frequência.”
Em nota, o Ministério da Saúde informou que os grupos prioritários para vacinação contra a covid-19 estão sendo estudados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). A Anvisa informou que ainda não recebeu pedido de autorização para estudos clínicos em crianças.
Fonte:Exame
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