Aplicativos como Voilà AI Artist, que transformam fotos em caricatura, tem chamado a atenção do público durante as últimas semanas. Segundo análise dos termos de privacidade do app, feita pela empresa de cibersegurança Kaspersky na terça-feira (8), uma cláusula do Voilà afirma que as fotos utilizadas no aplicativo se tornam propriedade da empresa, o que levanta debates sobre segurança. Contudo, a empresa considera que o aplicativo é confiável pois tem monetização própria e não apresenta comportamento malicioso.
O editor de caricaturas caiu nas graças da Internet recentemente: o Google Trends, plataforma que avalia as tendências de busca na web, revela que pesquisas sobre o app cresceram mais de 5000%. Com o crescimento repentino do aplicativo de desenho, questionamentos sobre segurança e privacidade de dados de reconhecimento facial dos usuários ficaram em evidência.
Os pesquisadores da Kaspersky indicam que essa cláusula dos termos de privacidade suscita questionamentos sobre os possíveis usos dessas imagens enquanto "propriedade" da desenvolvedora do app. Apesar disso, os especialistas afirmaram que, como o Voilà exibe muitas propagandas e tem modelo de monetização, é provável que o interesse comercial — ou seja, a venda de fotos dos usuários — não seja principal objetivo do aplicativo.
Os termos de privacidade do Voilà AI Artist determinam que as imagens e dados de reconhecimento facial do usuário são usados apenas para o recurso de caricatura do aplicativo. A política do app também estabelece que as informações pessoais coletadas pelo serviço são excluídas dos servidores do Voilà dentro de um período de 24 a 48 horas desde o último uso da foto no aplicativo.
De acordo com o analista sênior de segurança da Kaspersky, Fábio Assolini, os maiores riscos trazidos pelas tecnologias de reconhecimento facial podem ser possíveis ataques ao sistema de armazenamento de dados dessas empresas. Dessa forma, as informações dos usuários seriam utilizadas para burlar plataformas que têm a tecnologia como senha ou forma de autenticação, na intenção de aplicar golpes. Assim, uma pessoa que usa reconhecimento facial como senha para acessar informações bancárias, por exemplo, poderia ter suas informações roubadas caso houvesse um ataque cibernético à desenvolvedora do Voilà.
Fábio também destacou que, se as imagens passam a ser de propriedade da empresa, a companhia deve ser responsável em seu armazenamento de dados, buscando servidores seguros. Segundo o analista, "uma vez que as imagens passam a ser da empresa, é ela que tem a responsabilidade de protegê-las e garantir que cibercriminosos não terão acesso ao banco de dados".
Além disso, a empresa de segurança também dá dicas para se proteger de possíveis aplicativos maliciosos.
Uma delas é conferir o desenvolvedor do aplicativo antes de baixá-lo. Assim, você evita baixar apps falsos, que costumam utilizar nomes de pessoas ou nomes falsos de empresas. Outra dica é baixar sempre os apps das lojas oficiais, já que eles passam por análises que diminuem as chances de virem acompanhados de programas maliciosos.
Além disso, também é importante ler os termos de uso e as políticas de privacidade dos aplicativos antes de baixá-los. Dessa forma, você evita surpresas desagradáveis com o uso de seus dados.
Em conclusão, os aplicativos são seguros para uso, contanto que as empresas tomem as medidas necessárias para proteger os dados dos seus usuários.
Fonte:TechTudo
Comments